INVASÃO DE CORAIS

Invasão de Corais

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Invasão de Corais

CORAIS ASSASSINOS

O coral Sol, originário do Oceano Indico-Pacífico (do mesmo grupo das águas-vivas e anêmonas), se reproduz 2 à 3 vezes mais rápido que outras espécies nativas do Brasil, de forma assexuada e sua proliferação faz com que toda vida marinha ao seu redor desapareça, pois domina o ambiente expulsando os outros corais nativos em busca de mais território. Este coral impede os corais brasileiros na construção de recifes. Cada colônia do Coral pode expelir cerca de 5 mil larvas, este coral não faz simbiose com as algas zooxantelas (veja página sobre estas algas). A invasão de corais é um caso grave que requer atenção das autoridades competentes.

Não havendo um ecossistema correto afugenta os peixes, mexilhões e outros, pois estes se alimentam nos recifes de corais, também pondo em risco as atividades pesqueiras.

Pescadores também podem colaborar para a retirada do Coral, no entanto precisam de treinamentos e qualificações. Precisam usar de tecnologia para a retirada dos corais sem causar danos ao meio ambiente.

Este coral é uma das maiores ameaças aos ecossistemas costeiros do Brasil, pois como citado ele domina o território de corais, esponjas e algas haja visto que no Brasil as espécies encontradas são bem menores e perdem na competição por espaço.

Diz-se que o Coral-Sol foi trazido à Baía de Ilha Grande na década de 1980 por plataformas de petróleo. Os navios cargueiros e plataformas principalmente, que ficam muito tempo parados para perfuração em busca de petróleo e gás, trazem incrustados os corais em seus cascos.

Não há uma regulamentação sobre bioincrustação, que é o transporte de organismos marinhos para águas de outros países. Os navios transatlânticos também são uma ameaça à este tipo de “bioinvasão”.

O Ministério Público Federal investiga esta invasão tendo como foco plataformas de petróleo e gás pedidas pela Petrobrás. Estas embarcações teriam passado pelo Estaleiro Brasfels (Em Angra dos Reis) e trazido os corais assassinos consigo.

Segundo o Ministério Público Federal a contaminação do Coral Sol já teria se espalhado na costa de Paraty, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Mangaratiba, Arraial do Cabo e Búzios.

Na reunião realizada pelo MPF em 28/04/2014 teve êxito no sentido de alertar aos participantes quanto à dimensão do problema, no entanto não houve avanço para a solução do problema, não houve atributos de responsabilidades claras para os envolvidos na questão.

Outro ponto a ser resolvido é a questão do trafego de navios, plataformas e estruturas flutuantes, internacionais, que navegam em nossas águas, que trazem este coral de forma inevitável e involuntária, consequentemente piorando a situação, ou até mesmo trazendo outras espécies nocivas.

Este coral já invadiu costões de rochas no Rio de Janeiro (Ilha Grande) e São Paulo (Ilhabela).

A Pró-mar começou a monitorar os recifes de coral da Ilha de Itaparica (na Baía de Todos-os-Santos) em 2006 e atualmente tem ampliado os estudos para outros locais, além das ilhas de Tinharé e Boipeba, no baixo sul da Bahia.

Inclusive este órgão já removeu grande parte dos corais na Baía de Todos-os-Santos, na costa leste da Ilha de Itaparica e a 12 km de Salvador via mar. Sua remoção foi com uso de talhadeiras e marretas. Biólogos, pescadores e ambientalistas participaram do evento.

O trabalho realizado foi a remoção da colônia do coral por inteiro, caso contrário o coral libera larvas de imediato, provocando mais sua proliferação.

A Pró Mar precisa de ajuda, pois toda a remoção promovida são com seus próprios recursos. Empresas (privadas também) deveriam se interessar e colaborar para esta tarefa, principalmente a Petrobrás, empresa que supostamente tem grande responsabilidade no caso, pois estudos apontam que os corais foram trazidos por plataformas de petróleo do Golfo do México.

Em Santa Catarina a invasão está controlada, haja visto que foi detectado sua presença em estágios iniciais com colônias ainda pequenas e de fácil remoção, são colônias que não atingiram a idade reprodutiva (1 ano e meio).

Mesmo com a retirada de quase 600 colônias nos costões da Ilha do Arvoredo (parte limítrofe à Reserva Marinha Biológica do Arvoredo), os pesquisadores do Projeto ainda encontram o coral-sol, que se regenera nos mesmos locais de onde foi removido. Para efeito de comparação, no RJ já foram removidas mais de 200 mil colônias.

Desde 2006, é desenvolvido um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) a respeito, porque o animal marinho começou a causar necrose no coral-cérebro da espécie Mussismilia hispida, nativo e endêmico no Brasil, na baía da Ilha Grande, que serve de abrigo para outros animais invertebrados marinhos. Só nesta região, o Projeto Coral-Sol removeu aproximadamente 200 mil colônias, no decorrer dos últimos anos.

No começo de 2012, o Coral-Sol foi encontrado em fase inicial de invasão, na Ilha de Arvoredo, a 10 quilômetros ao norte de Florianópolis (SC), e mais recentemente no Espírito Santo e na Bahia. Em abril de 2012, cerca de 300 colônias foram removidas em SC.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio da equipe do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina, alunos de mestrado e da graduação, fez uma excursão para remover aproximadamente 50 colônias do coral-sol na costa da Ilha do Arvoredo, ao norte da Ilha de Santa Catarina. A excursão teve como objetivo impedir que o coral originário do oceano índico e do pacífico se fixe definitivamente na região.

Mergulhadores disseram que a proliferação do Coral Sol nos estados do sudeste está bem avançada. O Projeto Coral Sol trabalha no monitoramento e estudos.

Ainda não se tem notícia de algum predador natural do Coral Sol, mas há indícios que uma espécie de esponja nativa possa sufoca-lo, no entanto estudos estão sendo feitos, portanto ainda há incertezas no assunto.

O projeto Coral-Sol já identificou muitas espécies de invasores.
Em Santa Catarina detectou-se outra espécie exótica, Ophiothela mirabilis, semelhante a uma estrela-do-mar, que anteriormente não havia sido registrada no estado.

O que mais se teme é que o Coral invasor chegue ao Arquipélago de Abrolhos, onde estão localizados os maiores e mais ricos complexos recifes de coral de todo Atlântico Sul, inclusive o Coral Cérebro que só existe no Brasil.

No Parque também se encontram todas as espécies de corais brasileiros.

A matéria abaixo foi publicada em 24/06/21 no Jornal da USP Por Sarah Lídice:

O Coral Sol está presente em nove dos 17 Estados litorâneos do Brasil. Além de ocorrer em ambientes naturais do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Bahia e em substratos artificiais em Sergipe, foi identificada também em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, em estruturas artificiais (principalmente naufrágios).

Oriundo do Indo-Pacífico, o coral-sol tem causado problemas à biodiversidade marinha, principalmente por sua capacidade de proliferação superior às espécies de corais nativas do Brasil. Isso faz com que ele se alastre rapidamente, diminuindo o espaço disponível para as espécies nativas, ocasionando a morte de algumas delas — sendo que os recifes de corais abrigam a maior parte da diversidade existente no ambiente marinho.

A bioinvasão do Coral Sol também afeta a diversidade da fauna de peixes que visita a região, o que poderia no longo prazo possivelmente também afetar a pesca. Áreas com grande abundância de coral-sol mostraram ter uma comunidade menor de invertebrados (como esponjas, as águas-vivas, caranguejos) e mudanças na paisagem marinha do ambiente já foram observadas — de um substrato marinho arenoso a um de cascalho grosso. “Isso muda toda a fauna de macroinvertebrados ali”, pontua a pesquisadora.

Os vetores de dispersão do coral são vários, desde plataformas marítimas, monoboias a substratos como lixo marinho (já foram encontradas larvas do coral em plástico e chinelos Havaianas, por exemplo). Em casos onde o alastramento está no começo, ainda é possível contornar a situação. A identificação mais recente foi no Rio Grande do Norte, em fevereiro deste ano, e já foram feitas primeiras operações para manejo e controle da invasão em uma ação conjunta.

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